C's

Posted by Fabrício Persa on 29 abril, 2009
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Minhas três filhas se chamarão: Camomila, Calêndula e Crisálida. Três luas minguantes.

aguardo sadio

Posted by Fabrício Persa on 26 abril, 2009
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Eu tenho um coração pedinte
Uma tal de taquicardia vez ou outra
de mundos meus
à parte
Sou o querer ambulante de
beijos e declarações
Olhares textuais
Tato de candura e sofreguidão
A respeito do meu senso
sinto minhas esperanças e agonia
a gritar por entre minhas sensações
Sensorialmente tudo é encontro
Energia, segredos e ousadia
Por mim, a espera poderia ser sutil
O algo a mais num aguardo sadio
viria sempre como nos sonhos
a escutar cantigas no ar
Enquanto com os corações em par
fugíssemos para o nosso único canto
É o namoro eterno
Aquela paquera contínua
Aquele segredo em dó maior
de uma única paixão distribuída em dois.

Sigla

Posted by Fabrício Persa on 24 abril, 2009
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respira bem, levanta as mãos e já com os braços pendurados, utiliza suas dez bifurcações e tenta tocar violão, todos os dias, agora vão ser a renúncia dos empenhos acabrunhados do ontem. Livre Sensação Descalça, quero a sigla na minha boca.

martela

Posted by Fabrício Persa on
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Entram-me em segredos as minhas dores só por mim sabidas, vontade de nem ao menos achar sobre o desprezo que teimo em sentir. Isto me arrasa tão completamente a ponto de não saber fingir, só fugir. E é quando eu acordo que pioro cada vez mais, caindo e me jogando em bingos de precipícios, enfiando-me em podridão por muito acanhar da rebeldia, da mínima sabedoria. Nem os extremos qualitativos classificarão a dignidade da verdade e da mentira proferidas em prol da fuga que só, e somente eu, sente seu grau, seus ais e seu cais. Tudo o mais, é ânsia de futuro e produção, e a minha atenção agora é rastreada ao perigo dos meus vícios mentais, dos meus tombos mortais e dos meus colapsos semanais.


martelam na mente, cotidianamente, disciplina, livros, pesquisas, salário e documentários, há de desbravar matas em campos etruscos de luta. Que o meu olhar sobre as coisas não me mate como górgonas.

Fio atemático

Posted by Fabrício Persa on 22 abril, 2009
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Abaixo das árvores, existem chão e folhas desmaiadas
e nas árvores se concentram as sombras da vida
o espelho natural de cada forma
Tentando ser o seu silêncio e a sua altura
hoje, mais do que qualquer parte do ocorrido
escrevo letras tortas em linhas difusas
cotidianamente reformadas e reconstruídas
Não adianta gritar, fugir, bufar, dormir, ir a margem
Um certo inescrupuloso dia, infalivelmente te puxará
pelas roupas da vida e te jogará a praga da escolha
A desnecessidade de cada coisa em cada tempo
Tudo há de ser contemplado e movimentado
num único instante para os múltiplos sentidos
pois, qual a graça de se utilizar um de cada vez?
o objetivo deve ser o uso de toda capacidade, idade
e profundeza das sépalas do sentir, caso de aguardo
Dentre os medos a ser destemido, lá está o mais
perigoso e o mais comestível, o abraço do chão
onde se pisa, onde se semeia, onde nos fecundamos
para o mundo, a grandeza de se auto-sustentar
perante a vida, sendo, o que por todos agoras, existirá
Esse parimento diário é inssossegado
a ferida sempre nascida e depois cicatrizada vêem
pelo fato simples de habitarmos conscientemente
o mundo, as salivas, os suores, as lágrimas, os excrementos
Hoje eu me calo muito mais, hoje me ponho mais em cantos
A quantidade de besteiras que eu nutro é proporcional
a que eu descarto, empurrando-as do mais alto sacrifício
montanhoso que existe, entre os vales do pensar e do agir
E quando esta tragédia melódica e passageira, passa
tudo o é mais leve e o convívio palimpsesto desencadeia poesia
Possivelmente, a incerteza é o que dá a válvula de rumo
pelas trajetórias, e no inverno não há pesca de fantasia
só perpassa a solitude e o próprio acalento, as observações
ínfimas devem aos menos cair passageiramente na mente
e o contato com o âmago, deve ser sem subterfúgios e olheiras
Há de se centrar, de querer colo quente, de criar mares remotos,
sambas efusivos, aderência táctil com outra pele de sabor cheiroso
E, um dia, contornarei a sombra do meu amor numa parede
marcarei seus traços únicos, sua frente, seu perfil
e registrarei nesta fotografia de concreto, seus contornos mais
belos, mais captados pela minha imaginação quando meu
corpo vai de encontro, à noite, à cama. Quem me dera esse gesto
medieval de troca de beijos, cheiros e desenhos, giz de carvão
Moreno, quando houver a sintonização, não demore até chegar
São destas palavras que se vê o veredicto imposto ao artista
a prisão da ilusão, a busca do entardecer palpével, dos mergulhos
sinestésicos, da saudade constante das vivências e da pulsação
Eis o motivo hoje, pelo qual, as minhas tardes são inteiras
de possíveis tarefas e as minhas mãos possuem formigamento
Continuarei sóbrio diante do mundo, esmudecido à competição
pois não haverá, um santo dia, um anjo barroco, um orixá negro
que conceba a superioridade humana, diante de outro igual
Da parte contemporânea que me suga e me inunda
sei que é o meu sexo canalizado em outra esfera
sei, que sempre assim serei afogado
sou, no momento agora, a pirâmide mais alta
o ápice, o alge do meu eu nessas beiradas
Daí, tanta necessidade de esprimir os poros
em busca de expressão, de exclamação
Vontade de improvisar ramos floridos, cachoeiras
ações melodramátricas teatrológas de norma culta
e brandar a todos os pontos cardeais
a tagarelar acima e abaixo das camadas atmosféricas
o senso do ridículo que os humanos teimam em cultuar
Aí estão espalhados os cacos do sistema
Mais do que visível, é inaldível a insensatez
do que aí está, dos desfortunados do conhecimento
da não-noção indagadora e participativa do espaço
de tanta gente abaixar a cabeça e aceitar a desonra
a indignidade da falta de sonhos, da fome, do submundo
a ilegitimidade da propriedade, das classes, do privilégio
Juro não conseguir entender a submissão
a calação, a ausência de inquietação
- sêmen da revolução e da mudança -
o motor da prostituição da mão-de-obra
pra sustentar o peso da sobrevivência
Hora de guardar a indignação e desfoca-la
Não! não... nunca... sempre não para este ato.
Hora de se asustar com o psicohorrorneumático
que varre a vida e elabora a morte
Hora de desobedecer e abarrotar o silêncio
com o grito, a feição de bobalhão subversivirá
Hora de reparar nos detalhes, nas unicidades
Hora de enaltecer as cores invisíveis
de ser bamba entre os padrões
de futucar os leões nas suas instalações
Hora de chorar, de escrachar, de escancarar
Hora de agora, servir à liberdade
plantar abacateiros e torrar farinha
plantar mandiocas e cozer
plantar tomates, cebolas, alfaces e colher
plantar e desfrutar plantas de poder
plantar pés e braços e mãos e cabeças
e suvacos e cabelos e barrigas e pernas
de ávores pelos quitais afora
Hora de cativar e ser amável
de cuspir nos caretas moralistas, apita
Hora de acabar a escrita
Hora de continuar o complexo
a lírica mente ativa
o desconexo

Soneto do vislumbro

Posted by Fabrício Persa on 19 abril, 2009
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O aceno encena os pertences do bem viver
As trajetórias do agora em conviver
entrelaçam caminhos no alvorecer
pelos dias e encontros do acontecer

Estar, falar, sorrir entre amigos do ar
traz as sintonias da transa do avançar
pelas descobertas em sempre desdobrar
do agora e depois recíproco em se aproximar.

São as amizades, a porta translúcida de se ter
a base de si construída no infinito do confiar
zelando a tradição da múltipla espécie em ser

E grato a gestos, abraços e vastas idéias a socializar
Eu sinto estar prestes a participar e me envolver
da arte e do conhecimento matriz, deste início secular.



escrito num dia bom. =D

Denunciando-me

Posted by Fabrício Persa on 16 abril, 2009
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O cofre, estava cheio de frio e medos e preguiça. O pensamento acerca dos pensamentos que não me pertencem, é de uma inutilidade tão pertinente e incómoda, a ponto desta insistência querer ser vomitada mesmo com dedos na guela não adiantando.

O fato de cargos, é um desperdício da capacidade humana, nutram-se disso e se auto-comerão.

Cansei da visibilidade, sempre marginalizei a minha arte e por isso mesmo, até hoje duvidam dos meus bons extremos; dos meus bons modos depressivos, sentidos e festivos de escrita; da peste da música que me exclui da humanidade e se concentra tão fortemente em mim de uns tempos pra cá. Têm entreolhos, quando não sem-olhos, para as minhas profundidades, e todas as minhas forças não serão desperdiçadas no auto anunciar. A surpresa serve pra montar nas costas como num susto.

Odeio a minha preguiça contínua, o aprisionamento do meu tempo, a descarga da minha liberdade.

Caso não estivesse nu para eu mesmo, talvez desencadearia uma amarração de ruínas e pessimismos, mas percebo uma inquietação soluçante nas entranhas. Canso de escrever sobre mim, mas a necessidade de tal é como o funcionamento do organismo depois do almoço bem servido, preciso cagar fossas astrais. Sendo um qualquer, e assim querendo continuar sendo, pois é pelo avesso disto que alguns se auto-intitulam o ser do cuspe mais distante entre os demais, continuo a fecundar o mais novo exercício moral-cognitivo da abstração. É urgente abstrair.

In-decidir-se logo é o caos, o cume da serra, a válvula intérmina do conflito - confio em não ser carma astrológico.

O vento martelava com zunidos o frio, e o cofre enfiava-se entre cobertores e travesseiros por não saber enfrentar a acidez das asas, por isto, de uma só pena. Os passos exigem bênção de escolhas, sorrisos e abortos de verdades. Aquele isso de outrora, vai de encontro com o é das minhas coisas, e o é com o isso é um embate mísero, pois o é, é tão mais quanto as suposições, e com ele eu me apego e me apego a mim. Carrego-me comigo mesmo por todos os sois que tentarem ofuscar pelas cercanias de olhos que enxergam as luas em uma lua só. Flores e sabiás para o esquecimento e para o progresso, danças místicas para a imitação dos caminhos sôfregos, ritmicamente acelerado para compor em minutos os acúmulos de anos. Todos são florestas.

Ponho uma sentença temporal nos meus escritos juvenis, a menos que eu perceba ser as inconstâncias, meu vilão.


A massa poética - mente

Posted by Fabrício Persa on 12 abril, 2009
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Tenho andado meio parnaso ultimamente
pontes, mares, amores, dessabores
juntados com outras palavras
fazem-se poesia de aguardente?

Presumo que poesia não é tão simplesmente
feita em cacos de átimos arrastados
Àquela poesia atemporal
hoje pelos dias lidas e declamadas
foram feitas por mãos, subjetivamente
tão aprumadas e vastas
quanto as suas transcorrentes iluminação
do interior ardente-cinematográficamente.

O resto é desabafo, rascunhos de pensamentos
rabiscos do sentir, tentativas de expressão
corrida contra a depressão, mas
Alego ao coração, a sua mais forte expressão
Que assim o seja sempre ativamente
pois, tudo quanto ao contrário a isto
é reprimir-se por entre fossas
de caminhos incorretamente.

Quem dera eu, leitor certa feita
obrigado de Augusto dos Anjos
Agora, tocaria na bela nomeação poesia
como o cuspe mais gritante
como a natureza mais valente
da condução ao timbre
de tambores ancestralmente
mudos-retumbante.

Não, meus caros...
tudo não é qualquer coisa
Poetizar o redundante lirismo
é catar no mínimo vocabulário
a flecha certa traduzente
da mais fugidia sensação e razão
que capture por entre o mundo
os signos secretos cautelosamente.

Sei que o mundo é aureolado
por poesia em suas entranhas
e isso é subjetividade nos elementos
Que à todos, a escrita seja constante
e as insignificâncias, transcritas
Será o poder do tempo que, ou as descartará
- mesmo não as sendo inúteis -
ou as elegerás, sorrateiramente.

Nem a minha tentativa rimada
obra do incômodo contínuo perturbável
faz da minha merda respeitável
Só sei que poesia gostosa merecida
é de todo um conjunto silábico
alta unicamente inclassificável
Sem decalcadores anunciantes de si
de falas demasiadas mente(s)-insuportável, chatas.


ps: Imagem fruto de um pedido em meio preguiçoso, fruto de conversas madruguentas. Aqui está a arte, que eu poderei ver e lembrar sempre que me for pedido pelo intocável.

Idéia Fixa e outros murmúrios

Posted by Fabrício Persa on 05 abril, 2009
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boa tarde daqui praí, ou boa noite daí pra cá


Muitas sinceridades escondidas e maltrapilhas
devido a isso, viver em sociedade em companhia com os mais diversos olhares é sempre um fardo, nas costas explicitamente pesada, a cruz de cada em ser gente. Eu gostaria de não pensar na aceitação, nem nas interpretações e possibilidades, só queria fluir juntamente com a vida sem muitas estranhezas. O primeiro passo para isso talvez seja a confirmação do que realmente temos ou somos, afim de que ao continuar do caminhar não se tenha, nem curtas nem prolongadas, pertubações.

"uma noite longa, pra uma vida curta"
e a transcedência dos sentidos possibilita esse contato cada vez maior com a verdade das coisas. E mesmo que a essência de todos nós se espelhem - o caminho do bem - há tantas individualidades e vistas de um determinado ponto que a convergência, mesmo na diferença, é deveras dificultoso e meritista. Devido a isso, me chamam (próclise depois da vírgula sim! Vamos parar de pensar no português que não é nosso, o idioma consenso, é o brasileiro) de louco e chato, e por causa de todo o início deste parágrafo, tenho como hábito, o encanto pelas pessoas e por todos os mundos individuais que elas reinam para si. As relações, o agir e o escolher, fazem com que eu aprecie os espíritos na sua integridade, sem deturpações do meio; e as pessoas são os meus maiores motivos para a decepção e a gratidão.


São tantos os achares, mas uma coisa eu sei, acredite em você, mesmo que só você saiba daquilo que guardastes de bom em ti, não importa mais nada em ninguém, seja sincero, autêntico, não se reprime, busque sempre pela liberdade, e o exercicío da realização das vontades tem de estar em concordância com o respeito e a consciência. Não quero palavras que soem a moralismo e utopismos ufanistas, isso pra mim foge de todos os conceitos e crenças, só o é somente a integridade do existir, essa anunciação do amor.

Tá bom, sei que a música é a invasora constante nos meus dias, intrusa bem vinda pelo meu corpo e alma, sem exatidão pelas vidas afora do quanto me é e do quanto eu participo e me incluo em cada nota lançada na atmosfera. Na experiência única que tive na noite passada, eu senti a diluição do palco e o entrosamento pela simpatia, com algo que pairava no céu por mim nunca sentido e contemplado, não era chuva, nem chuvisco, nem neve, nem orvalho... era algo, mistério da natureza. E lá, eu só sentia o prazer de lá estar, com as pessoas que lá dançavam, com as desculpas agora consumadas, fruto talvez do meu desagradável receiar em incomodar ou ferir, mais além, o medo de não fazer com que tudo possua plenitude, ou seja, querer incompatível com meu estado humano ainda pertencente aos caos.

E durante todos os processos de pensamento que se consumaram na abertura sensorial, uma música em especial me incomodou, me fez refletir demais, e tomar decisões agora já desconstruídas. Preciso, num outro momento, escrever sobre o meu cabelo, sobre cabelo, belo, sobre as minhas teorias cabelísticas enfeitadoras do ser. E sobre esse momento, eu tenho a dizer que entendi as mensagens visuais que me chegaram, os pensamentos que se diluiram em água e por mim foram capturados. Percebi os olhares, aquietei-me, disfarcei (como todo mundo disfarça na incomodação) e a idéia se fixou. "risos... q vc é meio Idéia Fixa...risos". Deveras acho que sou... pq essa frase também não me sai da mente e nesse desdobrar, muitas outras idéias passageiras e acumuladas, se conectaram... e tudo isso me beneficiou, isso é o que importa.
Alguns planos se arquiquetam no destino.

eu pertenço à sua história ?