Tem um Tecido Colorido

Posted by Fabrício Persa on 15 outubro, 2008
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Tem um tecido colorido.
Ela falou, e tudo começou a mudar.
Sobre ela só algumas cores


Tentando fazer parar
E uma coisa nova se fez presente
Com o poder de trazer ainda mais brilho e sabor






Para ser inteiro
A vontade se faz precisa desde a altura das arvores contidas em cada um, em estado passageiro de semente, arvores da floresta do nossso ser, devendados aos poucos. Desmatadas. Arvore eterna. Daquela folha que nos cai e dói, nao corroi, lapida, assídua, profícua, fortalece as raízes, floresce o Ser. A poesia existe apenas porque ela é poesia, maiúsculo, músculo do lirismo, sentidos, de se descobrir, depois de se procurar e de se achar. Renovar sempre. Avantar as palavras, os sonhos, os insanos. Aquele nós dentro dos vários que somos, de prosseguir. Seguir. Poetar, roer, lirir. Poetizalirindo.
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ps: Palavras surgidas numa manhã de alegria e autenticidade por Purki, Priscila e Fabrício. Manhã de vento, sol, música, portais encantados, muita sede, artes e sorrisos. =D

Usando a mudez que grita

Posted by Fabrício Persa on 14 outubro, 2008
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Boca Suja - Angélica Freitas





Infinito ao Cubo
de Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti






Guerrilha Magnética
grupo O Povo em Pé



Você tem três minutos para mim? Senta no sofá, respira fundo e me conta uma história. Uma história de três minutos. Uma conversa só de nós dois. Sinta-se a vontade...





Cartão Postal 0242B01
de Clayton Camargo Jr

Partitura
Edith Derdyk












CD dos Beatles Abbey Road
Michael Hughes


Fuerzabruta
grupo De La Guarda





Fuerzabruta - grupo De La Guarda



Coleção das Horas que Faltam ou Solidão de Bolso
Eduardo Marin Kessedjian

Tom & Vinicius


Da loucura pela arte, eu me formo também das imagens paradas, das questões que elas me abordam, quando se apresentam a mim de forma inesperada.
Eu fui surpreendido por essas!
Desde a boca; até á paisagem cortada; passando pelo infinito de nos mostrar, espelhar; passeando pelos monumentos pegáveis; até os livros, as bibliotecas, os pequenos volumes; perpassando o desejo de se afogar e continuar respirando, debaixo d'água; devendando dessa forma os mistérios dos bolsos nossos de cada dia, de cada roupa, para cada mão. Sorrindo ao som do violão, dos amigos. Da criação.
Deliciem-se como eu.

A tristeza Senhora

Posted by Fabrício Persa on 09 outubro, 2008
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Eu tenho uma tristeza que nem a própria tristeza sabe que eu a tenho. Eu a sinto, ela não sabe da sua existência na minha vida. Por isso mesmo ela é indecifrável, um breu de códigos que dificultam a descoberta dela, em mim.

O dia de fazer anos, para mim, é sempre uma glória e uma morte. No mar de sensações e misturas refrigeradas que sou, sempre assim o sou mais nesse dia chegado. Eu me descabelo por tantas coisas que ainda me faltam conquistar e, ao mesmo tempo, me penteio, finjo uma máscara e me preparo para sair em marcha carnavalesca, comemorar e exagerar na dose, ou nas doses. Fico pisando nesse terreno de incertezas do que quero, das indecisões múltiplas que me perseguem. No dia, ao acordar, ou antes de dormir, na hora do almoço ou de calçar algum sapato, eu tenho que ter a virtude de decidir se o que quero mesmo é ser alegre ou ser triste, pelo resto das minhas 24 horas. Estou com impaciência das minhas indecisões infindas. Não sei se no meu dia de fazer anos, tranco-me, afogo-me de lágrimas e solidão, multiplico minhas gorduras saturadas, minhas espinhas faciais me fartando de comidas, açúcares e glicose, ou se apenas saio, como outro dia qualquer, comum, que me aguarda pelo aparecimento do Sol ou do azul, como mais uma criatura que um dia nasceu, e viverá sempre se renascendo.

Ninguém mais precisa saber do dia em que estreiei no mundo. Sim. Estreiei. Somente eu e aqueles que já tem em suas mentes bilhetes que lembrem essa data. Eu quero me enfiar entre os quereres daqueles tantos que me rodeiam e esperam tudo do futuro, e as vezes nada, ou que façam do seu hoje seu total itinerário para o paraíso, ou simplismente desfaçam esse hoje em algo breve e pretérito, insignificante. Taí, eis um exemplo da minha indecisão diária. As vezes considero mais fácil, apto, ágil, falar dos meus "não's". Não quero pomposidades. Quero hoje simplicidade... acho que é isso...

Penso que nada me fará tirar de mim essa tristeza insólita, por isto mesmo, talvez, a indecisão, autotrófica, de me afundar em meu mim. A indecisão de não me levar a caminho algum, por que um único caminho já fora imposto. A da tristeza enigmática.

Eu, o indeciso da tristeza incompreendida em pleno fazer anos. Que todos os anos não sejam assim.

A “Velha” Nova Eterna Música

Posted by Fabrício Persa on 03 outubro, 2008
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Ninguém sabe viver sem ela! A dona das nossas direções e sentidos, aquela que completa o silêncio, a cuja que nos desperta os sentimentos, os desejos, as saudades, a bendita necessária para nos expressarmos, nos identificarmos. A música. Ainda está para se descobrir, se é que há de existir, algo mais democrático que ela. Universal e multifacetada tem em seus ritmos a maior gama de diversidade para todos os gostos, sem nenhum desgosto. Cada um com o seu paladar, cada qual se alimentando da música que lhe satisfaz.

Se “do riso fez-se o canto”, como escreveu Vinícius de Moraes, a música vem da alegria, e se ela vem da tristeza, a alegria acaba vindo do mesmo jeito. Psicólogos escoceses, em suas pesquisas comprovaram que a música atenua períodos de recuperação ou ajuda a suportar situações dolorosas por mais tempo, e estudiosos da Universidade de Helsinque, na Finlândia, já deram o aviso de que as notas musicais são capazes de estimular a recuperação cognitiva, prevenindo a depressão. É a música atuando como remédio.

O Brasil é aquele de Chiquinha Gonzaga e sua modinha; do samba-canção com Noel Rosa, Cartola e Ary Barroso; de Villa-Lobos e suas Bachianas; dos hoje completados 50 anos da Bossa Nova, iniciada com Tom, Vinícius e João Gilberto em 1957; da Jovem Guarda com seus tons de gingados românticos e descontraídos; da Tropicália e seu canto de protesto e incômodo; dos Festivais de Música da Record, por onde passou Elis, Elza Soares, Edu Lobo, Os Mutantes etc; das bandas independes de todo cantos; das vozes únicas de todos os lugares. Ser brasileiro é exatamente ser música. É chegar aos dias de hoje ainda se reinventando.

Música é troca, é interação, é amizade. Entre o canto e os batuques são constituídas verdadeiras pontes de união entre palavras, sons, notas, harmonias, pessoas. São nessas rodas que todos são bem-vindos e no qual a canção promove o elo, de tornar o país, a cidade, as casas e as ruas por onde ela se apresenta, lugares mais alegres, mais justos, mais humanos.

O VI Festival de Música de Vitória da Conquista, a única cidade do interior da Bahia a engrandecer essa nobre arte, vêm estabelecer esse vínculo indissociável entre os corpos e a música. O mundo no qual hoje habitamos necessita de mais canção, vozes, e melodias, estar apto a receber todo esse conjunto de ritmos e sons é fácil, basta apenas querer e participar. Boas emoções a todos e bem-vindos a construir mais uma página da história musical das suas vidas e da vida de todos.

Fabrício Persan



PS: Texto na íntegra, sem alterações. Feito para o VI Festival de Música de Vitória da Conquista que aconteceu na data de 25 a 27 de setembro de 2008, distribuído à parte do jornal do Festival de Música, no sábado.

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