Sem Remorsos

Posted by Fabrício Persa on 21 janeiro, 2008
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Tudo o que é meu torna-te teu
A partir do segundo em que se existam
Entre nós.
No burburinho da chuva
Soltamos a vos num grito estrondante.


O que nos assalta?
Na mata, em casa, na praça
Contida numa ladainha diária e insatisfeita
Esconde-se o medo
O receiar processual das nossas relações
O prêmio ainda não tão bem avaliado da entrega
A conquista sagaz e fulgaz que deixamos escapar
E a insolação ardente da necessidade
Inconcretizada funda-se.
E ele vive na escuridão
E nada mais é do que o que deixamos ele ser.
O cavalo passa e não vira estátua
Galopando sem retorno enlaçado com o tempo.


Fabrício Persan

Novas Determinações

Posted by Fabrício Persa on 11 janeiro, 2008
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Meu controle remoto está danificado
E deixou de possuir a ordem necessária em mim.
Tudo toma rumo próprio e independente
Eu balbucio comandos mentais. Inutilmente
A aparelhagem dos sentimentos se desgovernou
Parafusos de ousadia batem-se num barulho interno
E um transtorno instala-se na essência.
Os fatos numa desordem envolvente e suspeita.
Despido e uso palavras
Vou tragar saborosamente as novas vivências.
Desconfio dos olhares, das putas
E pulo num pé só a amarelinha empírica
Detenho-me da minha fome de juventude
Bato de frente na hiprocisia e
Uma lei sanciona a linha em desalinho certeira no buraco da agulha:
A de viver e não se arrepender.
E somente uma única invariável
O controle mesmo que imprestável
Deixou de resíduo emprestado
A desordem desplugada


- Os meus canais são terminantemente obrigados a mudar
de um para outro que há logo em seguida.
Invariavelmente.


Fabrício Persan