sopro de dias próximos

Posted by Fabrício Persa on 28 abril, 2010
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Hoje eu tive uma vitória sobre mim
não remoí os trapos que
tinha como dor de facão
a incomodar e a paralisar
os trechos sabidos de energia sexual
Posto, dei risadas sinceras
do que antes a mim seria
tristeza de solidão abandonada
Se é pra ir sozinho, que vá com tudo
À minha maior extensão
pedi uma alforria inigualável
de morte inexistente
de fome consistente

Parar de fugir em sono e se adiantar
Parar de se esquivar da verdade
e se embutir de boas armas
contra a depressão sutil, de
aborrecimentos à tóa, de mágoas
que não precisam de ração
mas, de lixeiras e aterros
para a degradação.

Abstraí e tenho que continuar a
ser forte, a me utilizar com
todas as cores e bons feitios
Quero arte
Presumo não ter clareza quanto
aos mares futuros abertos
Tô em perdição, em encontro
em conflito.
Converso tanto e me faço contínuo
Sempre serei o meu eterno fazer
Hoje no que já me foi feito
eu admiro a grandeza da natureza
a brisa, a água abundante
a vontade de saber e agir
amo as boas idéias

os cancioneiros, as rodas adotadas
amo tanto gente e tanto bicho
nos quais nem sequer medem
o meu hábito de frutificação

E o meu dia de hoje
Será em passeata ininterrupta
dos outros dias descascados que soprarão

grandes cidades

Posted by Fabrício Persa on
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Em dias de chorar
.......me controlo forçadamente
Bate desespero de ter menos saudade
.......de abraçar quem simpatizo
.......de querer mais em gula de amor
Pareço um abestalhado
.......em choro descompassado
.......na cidade de pedra sufocante
.......em ônibus devagar no trânsito
Vejo quatro raras pipas neste ar
.......no tempo do tecnologismo
.......das ruas alienantes de má educação
.......crianças que enfeitam sem saberem
.......o céu atordoado sobrevivente de cima
Mas o tempo de chorar indepente do lugar
.......de estação, quarto ou sala
.......pra mãe, pai ou irmão
.......tem a hora das lágrimas subversivas
.......atormentado eu deslocado dessa civilização
.......em que os homens presumem superioridades
Tenho gana não comercial
.......de ver a natureza devorando os otários amordaçados

Declaração patética

Posted by Fabrício Persa on 27 abril, 2010
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Nunca fui romântico
mas lhe entrego meu coração
inchado de tanto lhe querer
suponho a sua companhia
pelos dias nossos a vir
rezo a teu santo de proteção
para te guardar junto comigo
para que nada me falte
à boca em tímidas palavras
seguidas de formosas sensações

sou educado e moço prendado
minha mãe sabe de mim em avesso
podemos disfarçadamente
darmo-nos as mãos e trocar beijos
sentar um no colo do outro
fazer pic-nic como casal e amantes
tenho lealdade em princípio
já com um aviso
minha sinceridade assustadora só facilita
relação é pra ser almejada de pouco

juro desejar tua mão em namoro
e teus lábios a me acariciar
nem terei ousadia inicial
pra te falar obscenidades
quando já íntimos
estiver-me contigo
a este tanto, o tempo dá um jeito
por enquanto, flertamos nossos olhos
aproximando vestes em noites
com quenturas por debaixo delas

como bom rapaz, tenho aventuras mínguas
não sou rodado sem fama de discarado
e observo isto como qualidade
daquelas como, ao se estar apaixonado
fazer canções, dedilhar versos
dar os melhores dias, tardes e noites
chamar para incríveis passeios
dar lembrancinhas onde pensar em tu
oferecer-te meu vínculo, dentre outras formas
capazes de emocionar

se não me quiser, choro-me até rasgar
até porque, o quê que eu vou fazer?
não serei ressentido de inventar mágoas
nem desesperado de amor perdido
é certo o meu afeto, demonstrado então
insistirei um milímetro sem chatice
não tornar-me-ei incômodo
de tudo que me forma e te alcança
eu brado apenas a esperança
em poder ser seu príncipe de pés descalços

diz sim ao convite dado
pelo meu amor vivido e contemplado
de alguém que só quer por você ser amado
de braços abertos eu te chamo pelo ouvido
escuto teu mais belo gemido
de homem sustenido que aceita meu pedido
com graça, com luz, com razão
pois de muito pensar em você
eu tropeço pelas ruas, esqueço importâncias
nutrindo-me de ti futuro de águas que virão