estado de jazz

Posted by Fabrício Persa on 08 junho, 2010
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Ajeitou a vida para a viagem que gostaria ter sido sem volta, pra ficar por lá, mesmo que desajeitado de moeda mas com saúde no bolso. E chegando viu o mundo de casulo na bagunça dos pandemônios, algo desolável de se ver e mais ainda de viver em torno de toda a desarrumação, mas que vai-se criando coragem ao correr do tempo esperando o momento propício de menos prequiça para deixar os troços ajeitados, dobrados e guardados.

Sei que quando os instrumentos começaram a se afinar juntos, harmonicamente, a natureza quietou e nessa hora os homens conseguiram um tanto mais de respeito por parte das folhas, foi som de fazer tocar a raiz do cabelo, pra dançar e assistir de olhos fixos a música a colorir e passear entre os corpos. Tocou-se no ar e os dias fugiram rápidos, meio que desesperados em fazer todo silêncio voltar ao seu hábito pelas bandas de lá. Eram madrugadas de frio, calças suspensas, blusas de mangas longas. Como se o mundo fosse pela primeira vez o grito do frio ecoando entre árvores que se balançavam a cada forte assovio do vento.

É cheio de terra que meu sapato me faz relembrar das histórias surgidas e desencontradas.

O coração só deve estar encomendado pra outro alguém que nem sei quem é. De quem poderia ser não o é. Isto é decisão retirada pelo próprio orgão, meus neurônios não têm tanta intimidade assim com o sentir, e dito feito, o coração só murmura desilusões de um tempo pra cá, daquilo que não vingou, daquilo que poderia ser, daquilo que quer. Quem sabe viver de circo pra mim não seja a solução? Trapézio a la acrobacias em mim mesmo e daí já pinta um boa pinta, com cara de palhaço pra fazer rir meus dias e traquinar com o meu coração. Fazendo mágicas pra disfarçar a desacompanhia a rimar também malabares de fitas com a minha atenção. Se o meu caminho é ida sem volta só o tempo poderá me soprar baixinho.