Posted by Fabrício Persa on 27 abril, 2008
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Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que dor deixou
Só porque foi e vôo
Do hoje que, previamente, já começou

Devaneios Frequentes

Posted by Fabrício Persa on 25 abril, 2008
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Eu possuo devaneios frequentes...

Viajo pelas curvas mentais em busca
de um caminho sem precedentes, com
anedotas e
bolinhas coloridas
a se suspenderem pelo ar, ao meu redor, no compasso ritmado da
pulsação de átomos, sem casos, com os olhos

Devaneei...

São nesses círculos utópicos que me deparo com
a terrível força
dos sonhos a me incediar a realidade com sapinhos num bosque
a pular e competir com os seus afins a maior distância entre uma
vitória-régia e outra

Devaneei...

A frequência é tão contundente e
firme e
tesa e
lesa
estreita
que o meu ciúme dos que não a têm
aumenta sempre e mais, em busca da normalidade necessária de quadrículos azulejais
na frente da casa
plantas no quintal, musgos nos cantos das paredes externas a crescerem lentamente num
esquecimento
alheio

Devaneei...


Nada
me escapa à imaginação e quase confuso do
irreal com o concreto
entro numa
maluquice absurda e astuta
de fadas em jardins encantados, a me convidar para os seus bosques rodeados de cogumelos
entre árvores mansas e folhas tingidas de mel

Devaneei... !



_____________< ERECOM >______________

Posted by Fabrício Persa on
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O Encontro Regional de Estudantes de Comunicação, tem como objetivo principal possibilitar a troca de experiências e discussões entre os estudantes dos estados da Bahia, Sergipe e Alagoas (NE1). Neste ano, ele será realizado aqui na Bahia, mais precisamente na cidade de Juazeiro, às margens do Rio São Francisco, entre 30 de abril e 04 de maio. Ele integra o calendário de encontros da Enecos – Executiva Nacional d@s Estudantes de Comunicação Social.


Tema:
Comunicação e educação: Um Diálogo Necessário na Luta pela Superação das Opressões.


As modalidades de inscrição são essas:

Tipo A - 90,00 (inscrição + alojamento + alimentação)

Tipo B - 80,00 (inscrição + alimentação);

Tipo C - 65,00 (inscrição + alojamento);

Tipo D - 50,00 (somente inscrição).


4 dias que serão inesquecíveis !!! Já não vejo a Hora !! hehe...
Quem mais vai ????????
Pq eu já estou lá !! =D



Posted by Fabrício Persa on 22 abril, 2008
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Quem sabe essa não seja a solução para nossa Liberdade, quando o céu é o alvo da nossa alforria num cosmo eterno.



"Do que adianta você ter esta alma colada aos ossos dessa carne errada? Sem o risco, a vida não vale a pena."
(Goethe)

"Tudo o que eu quero é um acorde perfeito maior"

Posted by Fabrício Persa on
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Só sei que canto... Não sei mais nada.

Minha pouca memória parece uma caixinha musical, qualquer palavra me remete a uma canção, a um refrão, a algum engano entre as composições e alguma poesia lida e já perdida pelo becos da mente. Coleciono vozes e letras.
Gosto do álbum completo, com todas as suas músicas e sentidos de pré-requisitos, e eis que aqui compartilharei alguns dos meus mais recentes vícios, as belezas tão bem descortinadas, minhas mais novas angustiantes necessidades de ter de escutar-los todos os dias, primordialmente, sem mais nem menos, sem eiras nem beiras.


No período de férias tive duas crises musicais persistentes. A primeira foi Gal Costa, a qual eu sempre escutei, mas nunca me apronfudei no seu trabalho, e eis que me dei ao prazeroso trabalho de obter o máximo da discografia dela, das criações da baianinha tropicalista. Mas um álbum dela de 2005, o Hoje, foi o que me segurou em pensamentos, desejos e me enlaçou sonoramente. O álbum é gracioso do início ao fim, as músicas Te Adorar, Mar e Sol, Pra que Cantar, Santana, e as demais, são de um poder da mais fina declaração de amor e do canto mais forte que Gal é possuidora. Sensacional.


A outra crise foi a Sábia, a rainha do Samba, Clara Nunes. Presumo que o máximo que eu escreva sobre essa personalidade, sobre essa voz, ainda assim será muito diminuto. Ela é fantástica em todo o seu trabalho, aonde o samba é a veia principal, onde os Orixás e as Guias são os lustres para todo o seu brilho de donzela e evocadora de todos os mistérios. Comecei com o àlbum Guerreira, de 1978, e me encantei com uma compilação que fizeram das músicas de Tom Jobim e Chico Buarque que ela interpretou, Clara Nunes canta Tom & Chico.

Quando eu acabei de assistir ao DVD, eu simplesmente fiquei paralisado em frente da Tv. Congelei. Um quase terreiro, com as representações do Orixás (Salve!) em pleno palco. Pois no DVD e CD Beth Carvalho Canta o Samba da Bahia é uma oniponência sedutora. Beth evocou os velhos e novos compositores do samba baiano e ainda por cima fez duetos com grandes personalidades, como Bethânia, Caetano, Gil, Riachão, Daniela Mercury, Danielo Caymmi, Mariene de Castro, etc. Tudo bem que Beth já tem garantido seu trono no samba, tem um vozeirão e história de vida e samba de dar inveja a qualquer um, porém, percebi que falta a ela um pouco mais de presença de palco e o canto dela é muito linear, sem poucas variações, ritmos... Bom, o que importa é que Beth deu um presente ao Brasil, um legado de beleza inegavelmente explendoroso.

Agora estou fissurado em dois novos álbuns:

Maré, lançado a poucas semanas, álbum novissimo de Adriana Calcanhoto. É tão delicado e delicioso que não sobram adjetivos. Partimpim navegou no ritmo certeiro do mar e das ondas, foi e voltou, subiu e se arrastou mansamente... Composições próprias, algumas parcerias que deram muito certo, regravações aprimoradas e outras que por mais que se regravem, nunca serão ultrapassadas, como no caso de Onde Andarás, gravado por Bethânia em seu álbum de 1988 (como bem disse Mauro Ferreira), contudo Adriana nos faz melhor com sua sofisticada voz de Sereia. Sargaço Mar, de Dorival Caymmi, faz-me querer ir correndo pra uma praia, um mar, anseiando por uma brisa (ai... saudades da minha terra). Escutem e se apaixonem. Paixão de verdade... Pele, desejos, dança, romantismo... Teu nome mais secreto...

O outro inédito, lançado no final de março, Inclassificáveis, do multifacetado Ney Matogrosso é verdadeiramente incrível. Elogio mesmo. Acompanho o trabalho do Ney, desde Secos e Molhados. Canto em qualquer Canto foi lindo, Batuque com as músicas envolventes de épocas que não voltam e ele cantando Cartola, resgatando esse mestre, foram projetos sensacionais. Mas agora ele vêm com uma tendência mais política, mais tapa na cara, mais poeticamente reflexiva possível, falo isso porque Cazuza é parte imponente nesse seu novo trabalho. O show veio primeiro, depois o CD, se este já é o que é... imagine o espetáculo...! Eu teria uma explosão de loucura sensata.


Nara Leão, Bruna Caram, Vânia Abreu e Elza Soares também estão nesta minha lista recente de cultuados.
Bom... outros nomes e gostosuras estão por vir... algumas já em processo de deleito, análise e completude. Com tudo isso, eu canto! Ouvir é pouco pra mim, quero uma dose dessa mágica da vida também, na minha, somente, insistentemente...

A carne é fraca demais

Posted by Fabrício Persa on 19 abril, 2008
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Um prato de comida sem um pedaço suculento de carne, para minha vida de pequeno burguês, é quase inviável. Adoro uma churrascaria, adoro o cheirinho daquele pedaço de ser, assado, cozido, frito. Mas passei há algum tempo por uma crise sintomática do nojo e do horror, de quem tem acesso a conhecer o processo de morte e abate dos animais.

O homem em seus primórdios descobriu primeiro as cúpulas das árvores, as suas frutas, rendendo por causa disto até um mito da gênese com a morte de Adão e Eva por uma maçã. Segundamente, as plantas, as raízes, cereais, leguminosas, as iniciais plantações, cultivos, sedentarização. Terceiramente, por instinto e pseudo-irracionalidade, por abuso dos metais, maldades e insatisfações bem típicas de nós humanos, começaram a matar a fauna, a degradar-lhes as vidas, as veias, os tecidos.

Mao Tsé-tung, Stalin ou Hitler, os três maiores delinqüentes e facínoras da história, poderiam ser testados das seguintes formas a exemplo: se botássemos eles em um mesmo ambiente com um boi e déssemos a cada um deles uma faca, pedindo para matar o boi, é provável que eles fariam isso, mas se pedíssemos a eles que após o feito, comecem imediatamente o animal, cru, mesmo com todo o “sangue-frio” desses assassinos, acho meio improvável que eles se submetessem a tal conduta. Isso não aconteceria, por que a linhagem humana é igual à espécie dos urubus, os quais esperam a carne deixar de ser fresca para então consumi-la, somos carniceiros, e não carnívoros, como os felinos selvagens q comem suas presas imediatamente, uma carninha bem mal-passada.

Aí eu fico a pensar nessa comparação mais nauseante e lógica da nossa condição, e mais ainda da condição torturante dos animais, bovinos e aves, que são abatidos bem no início de suas vidas, sem alimentação adequada para não criarem músculos, pois é uma carne mais dura e pela crueldade do tipo de morte que fazem com eles. Fico a pensar na carne que fede após todo esse processo, no odor que têm total similaridade com a nossa carne humana quando também em estado de apodrecimento, e que para ser comercializada a carne bovina, são postos inúmeros produtos químicos para conservação. InúmerOs. Ainda mais que a carne é exposta a uma gama enorme de bactérias, pois serve de substrato a elas e também, por que o processo de refrigeração nunca é totalmente eficaz na manutenção da mesma em sua “integridade”.

Depois de tudo isso que já escrevi, acho que começo a ter outra crise de vegetarianismo. Aliás, ser vegetariano exige muita evolução, é demais pra mim, mas quem sabe um dia eu não me torne ao menos um “ovo-lacto-peixe-vegetariano” (?), o peixe é por minha conta. É por que não acho tão brutal assim pescar peixes, nem é tão desumano ao meu ver... e fora que AMO peixe, de todas as formas possíveis! Mas o cheiro de carne do sol, fritinha, molinha, torradinha, é uma tentação quase louca, insana, incontrolável... Acodee alguém ! Por que a carne é fraca demais...!


Fonte de inspiração: Amanda Daud ! =D

O Folião de cinzas

Posted by Fabrício Persa on 17 abril, 2008
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A madrugada já tinha passado e me deixado pra trás, entre o azul celeste e as olheiras recém surgidas no rosto por pura insônia. Mil pensamentos, expectativas, ações a serem adiadas ou adiantadas, uma temperatura interna em estado de uma mistura medonha e quase incompreensível, cheia do afã de querer e ao mesmo tempo manter a máxima distância das cercanias humanas ambulantes incertas, tudo num estado único e constante em mim das desarmonias sentimentais, de se entusiasmar e esmorecer, se sacolejar e se esconder.

A vida passava numa alegoria entupida de carnavais sem reticências posteriores, sem sambas continuados, sem companhias em camas e banhos, sobrava a sensação de utopia dos momentos tão passageiros que escapam das minhas mãos e dos meus caminhos após todos os sorrisos. Dias de glória, fantasias de pierrots acumuladas pelo tempo culminando no hoje, e me tornei abafado de desejos e burrices múltiplas, nauseado das lagrimas guardadas, blocos carnavalescos que me deixavam só, isolado em algum ponto que reconhecia muito peculiar, muito identificado como meu quarto.

Falo por minha boca, escrevo por minhas mãos, não te conheço, tento me conhecer, escrevo por mim. O sol raiava, o céu clareava, eu dançava em minha volta levando-me, porém, não propriamente me conduzia, cadê as rédeas da minha sina? Nos dias de folia, minha condição de menor abandonado mendiga alguma coisa, implora alguma vinda, aguarda um porta-estandarte enunciando a chegada, a vinda, o eterno bailar, o carnaval além de fevereiro, além de todos os outros meses. Enquanto isso, eu sou aquele lá... Irreconhecível na multidão, inquieto no peito dançando à Florisbela com passos simples, compassos simples. O que será? És manhã de festa, és noite de festejos, és vida bandida com golpes sutis pelas madrugadas que me perseguem tão vazias enquanto estiverem cheias, repletas, vazias de vozes do lábios antes beijados. Eu danço na pista e solidifico em casa. Os carnavais teimam comigo e eu continuo a ser nobre residente dele, freqüentador das galerias sem máscaras porque hoje se tiram as blusas, e os amores ainda existem para amar? Indivíduos das “mêtas-lingua(gens)”.

As madrugadas passam rápidas, os dias após empurrados pela barriga esperando algum sol se pôr para maiores inutilidades dos rastros perdidos, condicionados a um mesmo desfecho . Todos os carnavais me seguram nas amarras, embaralha as verdades e sentires e pensares e cravos e canelas, todas as quartas-férias são de cinzas, todos os cordões já não existem mais. Os dias são de cinza, os carnavais continuados, as confusões instaladas. Confetes e serpentinas pelo chão. Brincadeiras com a sorte e lembranças que não passam delas mesmas.

Pego de Surpresa

Posted by Fabrício Persa on 16 abril, 2008
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Fui futucado mais uma vez pelo inesperado
E pedi refuljo bem oculto
Quis fugir, gritar, sumir
E como sempre, aturei aguentando.
Não há escapatória
A vida nos põem armadilhas inevitáveis.
Aí, meu coração bateu loucamente
Ouvi-lhe os tambores zuadentos
Teso fiquei e atuei cuidadosamente
Fiz, então, parte do cinema mudo
Não há questionamentos para aquilo que é.
Ponto afinal

Sou analfabeto em cultivar mentiras
Aula esta que faço questão em faltar
Não olhei e o clima tornou-se insuportável
Tedioso, medonho, indireto...
Sensata é a vida
Sábio é a divindade
Preparam o terreno
Deixa-o fértil
Para que no dia tal
Eu respire o ar do alívio e da liberdade
Sem grandes abalos emocionais
De terremotos que não escapam das ocasiões.


_______________________________ ( 03-11-2005)___________________________

Abrindo os olhos

Posted by Fabrício Persa on 15 abril, 2008
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Torneiras douradas
Em cada palácio
Enfeitam o espaço
Dos artefatos emoldurados
De pias com estrias
Do reflexo das águas
De banheiros concentrados
Do muito sofisticado

Suítes duplas
Para seres simples
Luxo das cúpulas
Das corrupções silentes
De tintas lindas
Das merdas recentes
Perfeitas escolas
Dos indesejados indecentes

( 18-10-05 )

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Bom, voltando a ativa no blog. Dei uma pausa pra organizar minha vida e outra pra voltar ao lugar. Férias finalizadas, escritos novos vindos de outros ares.