Parabólica - do risco de viver.

Posted by Fabrício Persa on 04 janeiro, 2009
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O lugar de criação, após o nascimento, era um território de intensa amálgama de sentimentos e contradições, vida ao avesso, desejos sublimados, descontentares e aprisionamentos internos. As nuvens nunca se inteiraram de belo em pleno céu, nem ao menos as cores festejaram a infância da inocência e de muito mais foram o sufocamento, a ânsia por libertação e crescimento, a opacidade do destino e a vontade de correr e percorrer as fronteiras e companhias.



As lembranças foram expulsas dos neurônios e do pouco que restara, fora somente os não's e os medos, a desacompanhia e a energia sugada, as recordações de explicação. Por isso não houve como se multiplicar e ser as várias potências. Hoje tudo não é mais do que a corrida maltrapilha pelo chão empoeirado do passado, a resgatar o que tivera sido desviado.



Parabolicamente,
desconectaram os sinais possíveis com o mundo, mas não ocorreu nenhuma perda de si próprio no deserto que ali jazia, os dedos sairam inteiros; as pernas também, essas um pouco tortas; a respiração continuou sendo a válvula de ar que se restringia às alergias; os fios de cabelos agora cresciam ininterruptamente como forma de revolução; a altura não cresceu; as sobrancelhas não quiseram se separar, e assim sempre hão de estar; as unhas não ficavam mais tão profundas, bulidas e ruídas como antes.


E a necessidade de explodir é quase que instantânea.

Vagações do que se fora e É

Posted by Fabrício Persa on 02 janeiro, 2009
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Porque a vida, só se dá pra quem se deu
pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu.
Vinícius e Toquinho

Vendo o dois mil e oito.
Arrematei os ultimos minutos do meu 2008 com frustação. Eis que me deparo diante do que não tinha planejado, aliás... do que tinha esperado, mas nada como uma boa dose de resignação e contentamento, algo já do meu costume em tempos de vida vivida.
Destarte empurrei delícias para o interior, deliciei-me de tudo que pude sentir pela mastigação e estando em casa, uma complementação de leitura e beijos e abraços Naquela Dona do meu Reino.

Em ócio de aproximar
Cá estou, emoldurando as férias enfim chegadas, chegando doente, melhorando e terminantemente enclausurado dentro de casa. Esses meus tempos têm sido tomados a cada golada com muita sede e bom deguste. Nestes meus novos tempos, a minha família está mais perto de mim, mais do que no tempo em que com ela convivia, tenho aprendido a saber mais como é o meu pai, tenho aproximado mais os papos com o meu irmão, tenho me inteirado mais sobre a nobreza e sabedoria da Dona do meu Reino. Com ela, tenho lançado a fleça do meu destino e feito castelos de beijos insitentementes.
Um hábito de amor, beijar, abraçar, beijar, abraçar, beijar Aquela Dona do meu Reino. São tantos dias longe dela que penso na vontade de beija-la e no não poder quando essas vontade me abusam, abafa-me uma saudade acumulada de quere-la sempre e mais, e quando perto, desfruto o máximo possível da pele dela, do seu perfume natural, das suas mãos de mãe !

E me emociono a cada palavra ou pensamento que se refira a ela. A Dona do meu ReinO !

Solidão
Esses dias de casa se configuram com muita comida, muitas conversas, muito sono e muito tédio também. É época para saber quem são realmente os meus. Na tesitura desta cantiga não vejo por quais espaços enquadra-la por aqui, talvez seja por que estes espaços não o existam ou talvez os meus espaços não o sejam dos terrenos das ilhas, por onde nasci ventado pela brisa do mar. Faço para que nada me afete demasiadamente, os complexos fugem mas os recapturo e torno a esquece-los na medida do impossível. Sem maiores quereres e esperanças, aproveito o meu "instante já" tempo, na minha pequena aldeia no morro da Conquista.

Vendo dois mil e oito [2] - vagações futuras
Uma das classificações temporais marcantes, quiçá seja 2008. Ano de muita colheita e fartura, muitos tornados e conhecimentos, muitas novidades e novas molduras, muitas descobertas e conquistas, muitos experimentos e desassossegos, muitas vontades e libertação, muitas andanças e novas afeições, muitas graças e muita paixão.

O ano do muito, do novo, do ser. Ano inesquecível, que possa não ter tido fim ainda, 2008 continua para mim, e os meus pressentimentos fortíssimos, são de que ele não termine jamais. Venham todas as viradas do ano, mas 2008 continuará. Nada de apeguismo ao passado, pelo contrário: fome do mundo! O presente e o futuro agora me pertencem, o passado agora essencialmente me forma e se faz marcante, em nenhum outro estágio da minha vida essas temporalidades realmente se fizeram acontecer, mas agora elas tomam seus lugares e lembranças confiáveis.

Porém, nada fora em vão. 2009 já se inicia, novamente, com novidades e com muitos caminhos a tracejar. Novos outros pressentimentos: 2009 será um ano de algumas consolidações. Até porque a vida é uma múltipla construção e desconstrução, desmorono-me a cada agulha furada e reconstruo tantos tijolos de mim mesmo que as vezes me perco, depois me acho entre ruínas e esperanças, noutras vezes fortifico-me e o ciclo segue, e eu não sei mais de nada. A minha vida persiniana é assim. A libriana também.

Crisálida
Tem um buraquinho, lá, aonde no frio me escondo e me descubro, capaz de sediar as minhas tranformações. O meu casulo sou eu mesmo. Sempre de mim sai algo que não sei, e as asas, são sempre invisíveis.


O mundo é mais doce ou hostil ?