Parabólica - do risco de viver.

Posted by Fabrício Persa on 04 janeiro, 2009
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O lugar de criação, após o nascimento, era um território de intensa amálgama de sentimentos e contradições, vida ao avesso, desejos sublimados, descontentares e aprisionamentos internos. As nuvens nunca se inteiraram de belo em pleno céu, nem ao menos as cores festejaram a infância da inocência e de muito mais foram o sufocamento, a ânsia por libertação e crescimento, a opacidade do destino e a vontade de correr e percorrer as fronteiras e companhias.



As lembranças foram expulsas dos neurônios e do pouco que restara, fora somente os não's e os medos, a desacompanhia e a energia sugada, as recordações de explicação. Por isso não houve como se multiplicar e ser as várias potências. Hoje tudo não é mais do que a corrida maltrapilha pelo chão empoeirado do passado, a resgatar o que tivera sido desviado.



Parabolicamente,
desconectaram os sinais possíveis com o mundo, mas não ocorreu nenhuma perda de si próprio no deserto que ali jazia, os dedos sairam inteiros; as pernas também, essas um pouco tortas; a respiração continuou sendo a válvula de ar que se restringia às alergias; os fios de cabelos agora cresciam ininterruptamente como forma de revolução; a altura não cresceu; as sobrancelhas não quiseram se separar, e assim sempre hão de estar; as unhas não ficavam mais tão profundas, bulidas e ruídas como antes.


E a necessidade de explodir é quase que instantânea.
  1. resta dizer: "tudo passa, tudo sempre passará!"

  1. Oi Fabrício,

    eu gostei do texto e da reflexão que ele propõe. E me atraem textos que me buscam pelos neurônios ou pela alma. Você, aqui, fez as duas coisas. Isso de mostrar que "tudo não é mais do que a corrida maltrapilha pelo chão empoeirado do passado, a resgatar o que tivera sido desviado" é a mais pura verdade. Dia após dia, vivemos essa constante luta com nosso passado, nossas dores, nossas mazelas que vamos adquirindo desde a primeira respiração. Não tem como se desvencilhar do passado. Somos feito dele! Igualmente real é essa idéia de que, a princípio, a passagem pelo "deserto" pode ter parecido dolorida demais; mas uma outra visão, lançada do futuro sobre o passado nos permite entender quão importantes foram os efeitos da areia na sola do pé.

    Tem poesia, suas palavras. E filosofia. Pura.

    Um abraço!

  1. Pois então, Sr. Fabricio; também não sou ouvinte fascinado da britney, mas não me contive em escrever aquele texto sobre sua trajetória, as vezes acho a britney um tanto quanto careta demais, atitudes previstas... clichês, um saco. rs
    E quanto ao texto, cara... eles me fazem refletir e filosofar ao mesmo tempo. Já sobre o passado acho que as coisas velhas passam e tudo, não importando a circunstância, se faz novo.

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Senhores, sou um poeta, um multipétalo, uivo, um defeito.
Sou um instantâneo das coisas apanhadas em delito de paixão.
Oh! Sub-alimentados do sonho...
A poesia.. é para Comer !!