A “Velha” Nova Eterna Música

Posted by Fabrício Persa on 03 outubro, 2008
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Ninguém sabe viver sem ela! A dona das nossas direções e sentidos, aquela que completa o silêncio, a cuja que nos desperta os sentimentos, os desejos, as saudades, a bendita necessária para nos expressarmos, nos identificarmos. A música. Ainda está para se descobrir, se é que há de existir, algo mais democrático que ela. Universal e multifacetada tem em seus ritmos a maior gama de diversidade para todos os gostos, sem nenhum desgosto. Cada um com o seu paladar, cada qual se alimentando da música que lhe satisfaz.

Se “do riso fez-se o canto”, como escreveu Vinícius de Moraes, a música vem da alegria, e se ela vem da tristeza, a alegria acaba vindo do mesmo jeito. Psicólogos escoceses, em suas pesquisas comprovaram que a música atenua períodos de recuperação ou ajuda a suportar situações dolorosas por mais tempo, e estudiosos da Universidade de Helsinque, na Finlândia, já deram o aviso de que as notas musicais são capazes de estimular a recuperação cognitiva, prevenindo a depressão. É a música atuando como remédio.

O Brasil é aquele de Chiquinha Gonzaga e sua modinha; do samba-canção com Noel Rosa, Cartola e Ary Barroso; de Villa-Lobos e suas Bachianas; dos hoje completados 50 anos da Bossa Nova, iniciada com Tom, Vinícius e João Gilberto em 1957; da Jovem Guarda com seus tons de gingados românticos e descontraídos; da Tropicália e seu canto de protesto e incômodo; dos Festivais de Música da Record, por onde passou Elis, Elza Soares, Edu Lobo, Os Mutantes etc; das bandas independes de todo cantos; das vozes únicas de todos os lugares. Ser brasileiro é exatamente ser música. É chegar aos dias de hoje ainda se reinventando.

Música é troca, é interação, é amizade. Entre o canto e os batuques são constituídas verdadeiras pontes de união entre palavras, sons, notas, harmonias, pessoas. São nessas rodas que todos são bem-vindos e no qual a canção promove o elo, de tornar o país, a cidade, as casas e as ruas por onde ela se apresenta, lugares mais alegres, mais justos, mais humanos.

O VI Festival de Música de Vitória da Conquista, a única cidade do interior da Bahia a engrandecer essa nobre arte, vêm estabelecer esse vínculo indissociável entre os corpos e a música. O mundo no qual hoje habitamos necessita de mais canção, vozes, e melodias, estar apto a receber todo esse conjunto de ritmos e sons é fácil, basta apenas querer e participar. Boas emoções a todos e bem-vindos a construir mais uma página da história musical das suas vidas e da vida de todos.

Fabrício Persan



PS: Texto na íntegra, sem alterações. Feito para o VI Festival de Música de Vitória da Conquista que aconteceu na data de 25 a 27 de setembro de 2008, distribuído à parte do jornal do Festival de Música, no sábado.

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Senhores, sou um poeta, um multipétalo, uivo, um defeito.
Sou um instantâneo das coisas apanhadas em delito de paixão.
Oh! Sub-alimentados do sonho...
A poesia.. é para Comer !!