Para as vistas do mundo

Posted by Fabrício Persa on 10 julho, 2008
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Preguei as partes arrancadas da minha agenda
Nas paredes circunvizinhas de mim, no meu quarto
Aquelas baboseiras televisivas de noticiários chifrins
Foram expulsos do meu leito
Ao mesmo tempo em que mais uma bala perdida
Passeava por alguma região do mundo, do Rio de Janeiro ou da minha cidade
Tudo isso ao mesmo tempo
No mesmo instante de segundo aparentado em diferentes
Tudo isso sendo girado ininterruptamente
Dentre das 24 horas do dia
Dentro da minha agenda escondida cotidianamente
Em minha bolsa

Logo ela, que guarda tantos segredos, desejos, adesivos
Planejamentos, vontades, atividades, telefones
A agenda que agora estava desintegrada
Dentro do campo de visão de todos
Do meu, das almas invisíveis, desesperadas
Por palavras de loucura, amor e solução

A agenda que compartilhou as suas folhas
Com outros milhares de momentos, irmãos de segundos
Pelo mundo, fruto das conseguências do mundo
Aquela pessoa que me aguarda
Dentro de qualquer canto da vizinhanza
Ouviu meu sinal de rasgamento
Sentiu o vento dos braços no ato
Mas não pôde vir compartilhar
Mais esse acontecimento
De amplitude e solidão.
  1. Parece que mais alguém compartilha do Sentimento do Mundo.
    O seu poema o transmite muito bem.

  1. "Do meu, das almas invisíveis, desesperadas
    Por palavras de loucura, amor e solução"
    De amplitude e solidão, fizestes um diário de vida vertiginosa e cheia de perguntas, que não tiveram ponto de interrogação. Mas eu fiquei na dúvida.
    Primeira visita, gostei muito, virei mais.

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Senhores, sou um poeta, um multipétalo, uivo, um defeito.
Sou um instantâneo das coisas apanhadas em delito de paixão.
Oh! Sub-alimentados do sonho...
A poesia.. é para Comer !!