Acelerar

Posted by Fabrício Persa on 11 julho, 2014
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Agora, neste instante já, no qual escrevo estas palavras, eu estou com olhos marejados e com uma vontade imensa de chorar. Sim, estou assim há não sei quanto tempo... Tenho súbitas vontades de choros que o máximo que fazem é deixar minha íris úmida e logo depois se encolher para dentro de mim, renascendo sempre, demasiado e continuamente. Choro pela beleza. As belezas quando me tocam profundamente eu tenho estes ataques de emoção que me faz até entupir o nariz e pedir auxílio ao papel higiênico. Música é o que mais me faz chorar com seus sons, letras, instrumentos e personagens musicais. Assim como uma dança bonita qualquer, um remelexo de corpo espontâneo de alguém em algum lugar ao vivo ou transmitido via satélite. Um quadro que me faça ficar parado por um bom tempo diante dele numa espécie de apreciação e análise técnica de feitura. Uma peça de teatro, um diálogo apresentado, com ou sem jogos de luzes. E toda a poesia que existe no mundo, que leio, vejo, ouço, me emocionando, chorando me posto, eu me encanto, agradeço, eu bendigo. Até um cachorrinho e um gatinho que me olha no fundo dos meus olhos, quase captando a minha alma, anda me produzindo lágrimas e lágrimas de diamantes. Fui dois dias seguidos à praia, ontem e ontem de ontem, lá, durante, eu aproveitei claro, mas só de lembrar do mar, do vento, daquele momento, dos risos sem hora e silêncio nobre, eu choro de canto de olho.
Só choro pelo belo, pelo poético, pela beleza da leveza, da simplicidade, da vida com seu movimento contínuo constante sideral. Olhei uma foto com várias pessoas lindas, de turbantes, com urucum na cara e gestos indianos, vestidos de cores coloridas e tecidos e lenços, olhares profundos, numa mesa de madeira em alguma área externa e eu chorei. Era tudo lindo pra mim. Estou fraco para a beleza, ela me belisca tão forte que uma lágrima improvisa gesto de beira e mexe meu corpo inteiro. Só de imaginar as belezas e as grandiosidades delas no infinito e no além, eu fico em estado de choro permanente como uma criança que sai do ventre da mãe e dá suas primeiras respiradas do lado de fora da vida. Acho que estou nascendo novamente e do lado de cá é mais gostoso e confortável que o útero que me gestava antes. Ainda engatinho, mas como sou menino rapaz já castigado, eu já estudei como se anda pra dar alguns poucos primeiros passos e partir logo para a corrida, pois quem começa a andar já quer logo correr, acelerar e parar pouco pelo caminho só pra ganhar mais fôlego e voltar para a pista. Ando investigando minha vida, a vida que está em todos, a nossa vida, o princípio vital, pesquiso sobre a energia cósmica, a ilusão das coisas, o pensamento, a meditação, o magnetismo, o vegetarianismo, a comida fresca recém colhida, receitas para as manhãs e noites, o que ou quem me faz bem ou mal, a astrologia, o tarô, a numerologia, a linguagem do corpo, a cura, a doença, a fisiognomonia, o holístico, os ciclos planetários, as várias "moradas da casa do Pai", o profano e o sagrado. Apenas cito algumas coisas, pois pormenorizar é quase que impossível por aqui. Descubro a mim mesmo, o que realmente eu quero do fundo do meu ser? É nessa direção que eu vou, sem nunca contrariar a vida, a beleza e o amor. Simbora !

Não perca tempo com a sua pressa.

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Senhores, sou um poeta, um multipétalo, uivo, um defeito.
Sou um instantâneo das coisas apanhadas em delito de paixão.
Oh! Sub-alimentados do sonho...
A poesia.. é para Comer !!